O MSL, Medical Science Liaison, é o profissional qualificado da área clínica que traz as mais recentes pesquisas e conhecimentos de especialidades terapêuticas para os médicos líderes de opinião (key opinion lider). E para cumprir suas responsabilidades para com as empresas farmacêuticas ou de biotecnologia, os MSL atuam como condutores de informações sobre recentes pesquisas em desenvolvimento, ensaios clínicos e abordagens terapêuticas. O trabalho envolve cultivar e manter relações científicas “peer-to-peer” com médicos de uma determinada área terapêutica.
A fim de conhecer melhor essa relação de trabalho entre líderes de opinião e os MSL que os visitam, decidi organizar uma pesquisa que consistiu no levantamento do perfil do MSL na visão dos profissionais médicos na área da cardiologia. Durante um ano conversei com cardiologistas, ouvi e colhi informações sobre quais atividades os líderes de opinião julgavam ser praticadas pelo MSL e qual o real impacto desse profissional na atualização médica. Durante os produtivos momentos de bate papo com alguns desses médicos, ouvi, com frequência, a afirmação de que os MSL se apresentam tímidos na sua exposição do conhecimento, intimidados por falar com o especialista. E ainda complementavam…porque os MSL apresentam tanto receio se estudam tanto?
Sabemos que o profissional da saúde detém o conhecimento clínico, é o profissional que vê e avalia o resultado dos produtos farmacêuticos na vida real. Como pesquisador, detém o conhecimento sobre o andamento de estudos clínicos, no entanto, devido à sua carga de trabalho, é quase impossível manter-se atualizado o tempo todo. E é aí que o MSL bem preparado se torna peça chave nesse contexto. Mas não pode haver receio de compartilhar o conhecimento com o especialista.
O MSL deve ser o maior conhecedor dos resultados científicos do medicamento com o qual trabalha, e ser capaz de adicionar valor ao mostrar as limitações e as particularidades de cada estudo clínico ao apontar críticas. E justamente por ser o maior conhecedor dos estudos mais recentes de determinada área terapêutica, deve confiar nesse conhecimento e não se intimidar ao discuti-lo com o KOL.