Diversidade e Inclusão nos Estudos Clínicos
Hoje em dia presenciamos e discutimos cada vez mais a importância da diversidade e inclusão de pessoas nas organizações, escolas e sociedade como um todo.
Recentemente até a Academia do Oscar implementou critérios para assegurar que diversidade esteja contemplada nas suas premiações.
Devemos pensar na diversidade para a validade dos estudos clínicos
Com a expectativa cada vez maior que os estudos clínicos sejam espelhos da realidade, é de se esperar que estes princípios também estivessem incluídos para o recrutamento de participantes de estudos clínicos. Afinal, uma população diversa será a consumidora de um novo produto médico em desenvolvimento.
Infelizmente, disparidades existem quando estamos testando novos medicamentos, terapias ou dispositivos médicos. Há uma nítida falta de diversidade nos estudos clínicos no que diz respeito a raça, idade, gênero, condição socioeconômica e até estado das doenças. Por exemplo, a população idosa notoriamente fica excluída dos estudos, o que hoje em dia seria inadmissível dado o contínuo aumento da longevidade. Por décadas os estudos recrutavam na sua maioria, homens, caucasianos e idade entre 18 e 60/65 anos.
Em junho de 2019 o FDA lançou um guia para a indústria farmacêutica para estimular a inclusão e diversidade durante o recrutamento: Enhancing the Diversity of Clinical Trial Populations – Eligibility Criteria, Enrollment Practices, and Trial Design.
Algumas sugestões para por em prática:
Expandir o critério de elegibilidade
Pequenos ajustes nos critérios podem incluir diferentes populações, sem perder o foco de proteger os participantes, ao mesmo tempo que são importantes para atingir o desfecho do estudo.
Considerar centros da comunidade
Considere pessoas que moram em comunidades que não tenham acesso a centros de pesquisa localizados nos grandes centros. Esta é uma maneira de incluir populações muitas vezes esquecidas.
Usar tecnologia
Implementação de tecnologias que faça chegar a informação dentro de casa, como telemedicina, que favorece a expansão dos estudos com populações menos representadas e favorece o “patient centricity” (ou paciente no centro).
Conectar com associações de pacientes
Associações de pacientes são excelentes contatos para identificação de pacientes de doenças mais prevalentes e principalmente de doenças raras, ajudando e assegurando que minorias sejam consideradas.
Faça da diversidade uma “ordem”
Diversidade deve ser priorizada como uma norma para o recrutamento, assim como fez a Academia do Oscar.
Afinal, para que serve desenvolvermos novas terapias se alguns grupos de pessoas que poderiam ser beneficiadas são excluídas? Devemos servir melhor todas as populações e considerar que nosso objetivo final é de melhorar a saúde de todos.
Para saber mais:
https://www.clinicalleader.com/doc/practical-ways-to-increase-diversity-in-clinical-trials-0001
https://www.fda.gov/about-fda/office-commissioner/office-minority-health-and-health-equity