Existem dois tipos de comprometimento cognitivo leve. Em ambos, os sintomas não são graves, embora possam ser comprometedores.
- Comprometimento cognitivo leve específico da memória no qual é marcado por sinais como esquecimento de conversas e itens perdidos.
- Comprometimento cognitivo leve não amnéstico que envolve mudanças em outras atividades cerebrais, independentemente da perda de memória. Pode aparecer como problemas com a linguagem (perda da linha de pensamento durante uma conversa), atenção (dificuldade em realizar tarefas como pagar contas) ou senso espacial (dificuldade na orientação em um lugar familiar).
A condição de comprometimento cognitivo leve pode ocorrer uma mudança leve, mas perceptível nas habilidades de memória e pensamento, que pode progredir ou não para demência. O comprometimento cognitivo leve nem sempre é permanente. Pode depender da causa, e muitas vezes pode ser decorrente de doenças ou de tratamentos, incluindo:
- doença cerebral degenerativa, como a doença de Alzheimer (nesse caso, o comprometimento cognitivo leve é frequentemente um precursor da demência)
- acidente vascular cerebral ou outra doença vascular
- traumatismo craniano
- efeito colateral de medicamento
- problema de saúde latente, como privação de sono, depressão ou ansiedade.
Mas o que seria demência?
É uma condição de prejuízo persistente nas atividades cerebrais – como pensar ou falar – que seja grave o suficiente para interferir na vida diária.
Condições médicas como: doença de Alzheimer, doença de Parkinson, lesão cerebral traumática e derrames, são causas comuns de demência. Os sintomas podem incluir esquecimento, confusão e incapacidade de resolver situações de rotina.
É comum pessoas diagnosticadas com comprometimento cognitivo leve se questionarem se vão ficar dementes.
Segundo evidências mais recentes, observa-se que, globalmente, mais de 6% das pessoas na faixa dos 60 anos têm comprometimento cognitivo leve. O número sobe para mais de 37% aos 85 anos. Acredita-se que a progressão para demência é muito mais provável se uma doença neurodegenerativa estiver causando o comprometimento cognitivo leve. Mas, o tempo que leva para ocorrer a progressão para demência é uma incógnita. Por outro lado, acredita-se que o comprometimento cognitivo leve pode frequentemente ser revertido se uma condição geral de saúde (como a privação do sono) estiver causando o declínio. Nesses casos, abordar a causa subjacente pode melhorar drasticamente a cognição. No entanto, há evidências encorajadoras ligando o exercício físico com melhora para memória em pessoas com comprometimento cognitivo leve. O exercício pode oferecer estimulação mental e social, ao mesmo tempo que melhora o fluxo sanguíneo para o cérebro, possivelmente até estimulando a liberação de moléculas que reparam as células cerebrais e criam conexões entre elas. As novas diretrizes de tratamento do comprometimento cognitivo leve recomendam exercícios pelo menos duas vezes por semana.
Mais hábitos, mais impacto:
O ensaio FINGER de 2015 – um ensaio randomizado controlado – encontrou menos declínio cognitivo ao longo de 2 anos em adultos mais velhos que mantiveram uma combinação de hábitos, como:
- dieta saudável,
- prática de exercícios regularmente e participação de eventos sociais
Há também evidências que além de uma boa alimentação, exercícios físicos e contato social, outras atividades estimulantes mentais (especialmente aprender coisas novas, como um novo hobby ou novo idioma) e tomar os medicamentos prescritos podem ajudar a evitar ou atrasar a evolução para demência.